domingo, 15 de fevereiro de 2015

EDUCAÇÃO NATURAL, INDIRETA OU NEGATIVA

Segundo Rousseau, o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe, e sendo a educação um hábito que se adquire, esta, sendo imposta pela sociedade pode mudar o comportamento e imputar vícios corrompendo a natureza boa que o homem teria em sua essência.
            Quando Rousseau propõe a educação natural ou negativa, não significa devolver a criança à selva, e sim privá-la de um convívio direto com a sociedade, confiando à educação desta, a um mestre que estaria preparado para conduzi-la de maneira a prover seu desenvolvimento natural, até que atingisse a maturidade moral necessária para racionalmente fazer as escolhas certas, e desviar-se do que não convém.
            O educador deve atentar para estar sempre à frente, prevendo cada passo a ser dado, preparando o ambiente e o material necessário para que a criança  aprenda por  si, e que esta aprendizagem aconteça  naturalmente do interior para o exterior, sem intervenção, nunca dizer o que ela deve fazer, e sim levá-la a raciocinar, e isto com certeza, segundo Rousseau, a natureza poderá proporcionar  pois em contato com as forças da natureza  a criança aprende a julgar, a prever e a raciocinar sobre tudo que se relaciona a vida.
Deverá também, respeitar cada fase da criança, sabendo sempre e quando será a hora propícia para expor determinados assuntos, pois antes deste momento apenas poderiam confundir sua mente ainda não capaz de compreendê-los, portanto para ele a religião não deve ser apresentada na infância o que segundo suas palavras enlouqueceria a criança por não saber explicar o que lhe seria imposto.
            Rousseau foi o precursor da ideia de que a criança não é um adulto em miniatura, e que a educação só atingiria seus objetivos se o aluno passasse a ser o centro desta, e não mais o professor, ora se a educação desde os primórdios visa formar cidadãos, deve ser pensada e estruturada com base nas necessidades do aluno e não de quem já está formado.
A educação natural de Rousseau pretende:       
·         Formar o homem para si mesmo, e não para a sociedade;
·         conduzi-lo sempre na busca da verdade;
·         propiciar o desenvolvimento para manter a bondade natural do homem;
·         não proporcionar virtudes, mas prevenir vícios;
·      não inculcar a verdade, mas proteger  do erro.





Lendo os textos propostos professora pela professora Rúbia, e também pelo professor Paulo Cezar, chego a conclusão de que hoje seria inviável colocar em prática a educação proposta por Rousseau, porém ao analisar e buscar compreender seus propósitos para educação da época,          pude aprender muito sobre o ser humano, e de como é importante o preparo do educador em sua tarefa na busca à formar cidadãos críticos e criativos, sendo esse desejo quase uma utopia, o mínimo a se fazer será não medir esforços para chegar o mais próximo possível deste ideal, como afirma Rousseau formar primeiro o homem, para depois formar o cidadão, através da sequência  natural.
O trecho abaixo me chamou atenção para o fato da confiança que Rousseau tinha em seu método, e a certeza de que chegaria ao seu objetivo:
3. Quanto ao meu aluno, ou antes, ao aluno da natureza, desde cedo treinado a bastar-se a si mesmo tanto quanto possível, ele não se habitua a recorrer continuamente aos outros, e muito menos a lhe exibir seu grande saber. Em compensação, julga, prevê, raciocina sobre tudo o que se relaciona imediatamente com ele mesmo. Não fala muito, mas age; não sabe uma palavra do que se faz na sociedade, mas sabe muito bem o que lhe convém. Como está continuamente em movimento, é forçado a observar muitas coisas, conhecer muitos efeitos; cedo adquire uma grande experiência, toma aulas de natureza e não dos homens; por não ver em nenhuma parte a intenção de instruí-lo, instrui-se melhor. Agindo sempre de acordo com seu pensamento, e não com o de outra pessoa, une continuamente as duas operações; quanto mais forte e robusto se torna, mais sensato e judicioso fica. Esse é o meio de um dia obter o que acreditamos ser incompatível e o que quase todos os grandes homens reuniram a força do corpo e a força da alma, a razão de um sábio e o vigor de um atleta (p. 138 e 139).
Este é o exemplo que levarei dele, confiança de que posso e certeza de que consigo.






Nenhum comentário:

Postar um comentário