Segundo
Rousseau, o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe, e sendo a educação um
hábito que se adquire, esta, sendo imposta pela sociedade pode mudar o
comportamento e imputar vícios corrompendo a natureza boa que o homem teria
em sua essência.
Quando
Rousseau propõe a educação natural ou negativa, não significa devolver a
criança à selva, e sim privá-la de um convívio direto com a sociedade,
confiando à educação desta, a um mestre que estaria preparado para conduzi-la
de maneira a prover seu desenvolvimento natural, até que atingisse a maturidade
moral necessária para racionalmente fazer as escolhas certas, e desviar-se do
que não convém.
O
educador deve atentar para estar sempre à frente, prevendo cada passo a ser
dado, preparando o ambiente e o material necessário para que a criança aprenda por
si, e que esta aprendizagem aconteça
naturalmente do interior para o exterior, sem intervenção, nunca dizer o
que ela deve fazer, e sim levá-la a raciocinar, e isto com certeza, segundo
Rousseau, a natureza poderá proporcionar
pois em contato com as forças da natureza a criança aprende a julgar, a prever e a
raciocinar sobre tudo que se relaciona a vida.
Deverá
também, respeitar cada fase da criança, sabendo sempre e quando será a hora
propícia para expor determinados assuntos, pois antes deste momento apenas
poderiam confundir sua mente ainda não capaz de compreendê-los, portanto para
ele a religião não deve ser apresentada na infância o que segundo suas palavras
enlouqueceria a criança por não saber explicar o que lhe seria imposto.
Rousseau
foi o precursor da ideia de que a criança não é um adulto em miniatura, e que a
educação só atingiria seus objetivos se o aluno passasse a ser o centro desta,
e não mais o professor, ora se a educação desde os primórdios visa formar
cidadãos, deve ser pensada e estruturada com base nas necessidades do aluno e
não de quem já está formado.
A educação natural de Rousseau pretende:
·
Formar o homem para si mesmo, e não para a
sociedade;
·
conduzi-lo sempre na busca da verdade;
·
propiciar o desenvolvimento para manter a bondade
natural do homem;
·
não proporcionar virtudes, mas prevenir vícios;
Lendo os
textos propostos professora pela professora Rúbia, e também pelo professor Paulo Cezar, chego a
conclusão de que hoje seria inviável colocar em prática a educação proposta por
Rousseau, porém ao analisar e buscar compreender seus propósitos para educação
da época, pude aprender muito
sobre o ser humano, e de como é importante o preparo do educador em sua tarefa
na busca à formar cidadãos críticos e criativos, sendo esse desejo quase uma
utopia, o mínimo a se fazer será não medir esforços para chegar o mais próximo
possível deste ideal, como afirma Rousseau formar primeiro o homem, para depois
formar o cidadão, através da sequência
natural.
O trecho
abaixo me chamou atenção para o fato da confiança que Rousseau tinha em seu
método, e a certeza de que chegaria ao seu objetivo:
3. Quanto ao meu aluno, ou antes, ao
aluno da natureza, desde cedo treinado a bastar-se a si mesmo tanto quanto
possível, ele não se habitua a recorrer continuamente aos outros, e muito menos
a lhe exibir seu grande saber. Em compensação, julga, prevê, raciocina sobre
tudo o que se relaciona imediatamente com ele mesmo. Não fala muito, mas age;
não sabe uma palavra do que se faz na sociedade, mas sabe muito bem o que lhe
convém. Como está continuamente em movimento, é forçado a observar muitas
coisas, conhecer muitos efeitos; cedo adquire uma grande experiência, toma
aulas de natureza e não dos homens; por não ver em nenhuma parte a intenção de
instruí-lo, instrui-se melhor. Agindo sempre de acordo com seu pensamento, e
não com o de outra pessoa, une continuamente as duas operações; quanto mais
forte e robusto se torna, mais sensato e judicioso fica. Esse é o meio de um
dia obter o que acreditamos ser incompatível e o que quase todos os grandes
homens reuniram a força do corpo e a força da alma, a razão de um sábio e o
vigor de um atleta (p. 138 e 139).
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